20090512


Em visita à uma fazenda na microbacia do Rio Comprido encontrei, na arquitetura da sede e no muro levantado por escravos, vestígios de um Vale colonial. A primeira pergunta que fiz ao caseiro que me recebeu , cujo nome e sobrenome foi suprido desta matéria a pedido do mesmo, foi;


Qual é hoje a fonte de renda da fazenda?

"Antigamente na fazenda havia criação de ovelha e de gado. Hoje temos búfalos e o pasto foi substituído pela plantação de eucaliptos. A gente nem precisa cuidar. Ele vai ficar aí por mais dois anos, depois será cortado e um novo plantio será feito."

Quanto tempo faz que o primeiro lote de mudas foi plantado?


"O primeiro lote foi plantado ha quatro anos. A fazenda foi arrendada pra fazer dois cortes, depois disso ela será entregue, não dá mais pra plantar novas mudas."

Você me disse que trabalha aqui desde quando não havia floresta de eucalipto na fazenda. Você percebeu alguma mudança visível no meio ambiente depois do cultivo?

"Como havia dito, o primeiro lote de mudas foi plantado há quatro anos. Neste período uma das nascentes secou e um lago desapareceu. Nesse lago a gente pescava, o gado bebia água. Também temos um poço que nunca baixava água, de uns tempos pra cá a água dele baixou bastante. Ainda não secou de tudo mas em dias de pouca chuva, quase seca."

Ao lado da sede da fazenda existe um lago, ele é natural?

"Não, este lago foi represado da nascente do rio que vem lá do alto da serra. È longe de se chegar até lá, leva bem uma três horas. Tem muita cobra no meio da mata e até Guatira. Aqui o rio é represado pra formar o lago e depois sai por um escape pra continuar seu trajeto."

Como é feito o esgotamento sanitário das casas da fazenda?

"É feita direto no rio. "

Você gosta de viver aqui na fazenda?


"Sim, só acho falta de uma coisa. Antigamente, quando aqui não havia os eucaliptos, depois que caia uma chuva a noitinha a gente ouvia o barulho dos sapos.Hoje, depois da chuva, é só silêncio. Um vez ouvi num programa de televisão que se na beira de um lago você não ouve barulho, é porque a terra está doente. "